Os Viajantes das Estrelas - Encerrado

Foram entrevistadas uma série de pessoas ao acaso (bem não foi ao acaso, foi o que se conseguiu arranjar) sobre o que pensam do 25 de Abril.

Aqui ficam as perguntas e as respostas:

Tem saudades dos tempos anteriores ao 25 de Abril de 1974?

Pacheco Pereira: Não, não, não.

Rui Zink: Claro que tenho! Eu era jovem, bonito e atraente. Só se eu fosse estúpido é que não tinha saudades.

João Braga: Orgulho-me bastante dos feitos dos nossos antepassados, mas como dar um tiro na cabeça não me excita de todo, só posso mesmo ter saudades do futuro.

Simone de Oliveira: Não.

Se a revolução tivesse fracassado o país estaria hoje melhor ou pior?

Pacheco Pereira: Muito pior.

Rui Zink: O país estaria obviamente pior. Imaginem o horror de termos um primeiro-ministro chamado Sócrates, um presidente chamado Cavaco e uma economia completamente estagnada.

João Braga: Depende. Para os que preferem o caos à ordem, a intranquilidade à segurança e a tolerância ao respeito, esses devem congratular-se. Mas para quem prefere a ordem ao caos, a segurança à intranquilidade, o respeito à tolerância, como eu, o país estaria muito melhor se a revolução tivesse fracassado. Antes da revolução não existia um Estado fascista. Tinha-se muito mais liberdade do que agora.

Simone de Oliveira:(Risos). Não acredito que a revolução pudesse ter fracassado.

Justifica-se parar o país num feriado nacional para assinalar o 25 de Abril?

Pacheco Pereira: Havendo os feriados que há, justifica. Se em nome da «salvação nacional» se decidisse cortar por um ano ou dois os feriados nacionais todos, incluindo os religiosos (Natal e Ano Novo poderiam ficar porque não são apenas religiosos), então nenhum problema.

Rui Zink: Esta pergunta é idiota. Parte do princípio de que é por culpa dos feriados que o país está parado.

João Braga: Claro que não. Se queriam entreter as pessoas com um feriado deveriam ter escolhido o dia 25 de Novembro de 1975 porque foi nessa data que se estabeleceu esta democracia. O dia 25 de Abril de 1974 limitou-se a substituir uma tirania por outra.

Simone de Oliveira: Justifica-se.

Quero desde já agradecer à Simone de Oliveira por ser tão sucinta nas respostas. Não fosse ela e este post teria tido um custo absurdo, pois o João Braga não sabe que as letras estão caras.